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terça-feira, 22 de abril de 2008

Pássaro cinzento

Era uma vez um pássaro
Um vão branco pássaro
Um desajeitado branco pássaro
Que teimava que um dia haveria de voar

Nas suas patas o frio metal
O intocável e indestrutível metal
O fascinante e obessesivo metal
Que se entrelaçava em todas as penas do seu ser

Um dia quebrou-se o metal
A prisão do ditador metal
A ditadura do tirano metal
Agora poderia sair em liberdade

No entanto ele não ousava voar
As asas presas como com cola
gravidade mais forte que o impulso que ele conseguia dar
O ominipresente medo de cair das alturas

Mas o único impedimento era o medo de não fazer
de ser livre por uma vez na vida
de ousar ir mais além
De voar

1 comentário:

Ulisses Martins disse...

Poemas muito bonitos. Devias escrever mais.